quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

CIDADANIA E INCLUSÂO SOCIAL: Governo do Pará entrega oitava Usina da Paz, em Belém

 Os moradores do bairro da Terra Firme poderão usufruir dos serviços e atividades no equipamento público a partir desta quarta-feira (7)

Por Paulo Garcia (SEAC)
06/12/2022 21h20

Foto: Alex Ribeiro / Ag. ParáLocalizada no coração do bairro da Terra Firme, em Belém, a oitava unidade da Usina da Paz, projeto integrado ao programa Territórios Pela Paz (TerPaz) do Governo do Estado, foi entregue na tarde desta terça-feira (06), pelo governador Helder Barbalho. A cerimônia de entrega teve a participação da primeira-dama Daniela Barbalho, da vice-governadora eleita Hanna Ghassan, do prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, assim como autoridades estaduais e municipais. Para animar a programação, foram realizadas apresentações do Coletivo Cine Clube TF, Boi Marronzinho e do grupo de Capoeira Angola Cutimboia, projetos do próprio bairro.

“Hoje, a Terra Firme ganha um equipamento multifuncional que traz não apenas a beleza arquitetônica, mas acima de tudo, traz vida. São 70 tipos de serviços que chegam para esta comunidade. Agora, mais de 60 mil pessoas que moram aqui poderão ter neste equipamento, possibilidade de inclusão social, serviços de cidadania, educação, saúde, de empreendedorismo, de oportunidades que trazem transformação social. Dentro do conceito dos Territórios pela Paz, também há o incremento do policiamento ostensivo nas ruas com a presença da Segurança pública buscando fazer a transformação de um ambiente social para garantir a paz junto com a oferta de benefícios para melhorar a vida daqueles que mais precisam”, informou o governador Helder Barbalho.

Foto: Alex Ribeiro / Ag. ParáO Governador anunciou também a data para a próxima entrega da Usina da Paz e novas outras unidades no Estado. “No dia do aniversário de Belém, no próximo dia 12 de janeiro, entregaremos mais uma usina, que dessa vez atenderá o bairro do Guamá. E mais do que isso, sob a coordenação da nossa vice-governadora eleita Hanna, vamos viabilizar que as 40 maiores cidades do Estado possam se beneficiar, ainda no ano de 2023, com Usinas da Paz, tudo dentro do compromisso assumido por nós, que é fazer com que este projeto grandioso de transformação social e inclusão, chegue aos lugares mais distantes, em todas as regiões do Pará”, finalizou.

Redução da criminalidade

O governador ressaltou ainda a importância da entrada do programa TerPaz à Terra Firme que, ao ser implantado, foi responsável pela redução dos índices de violência e criminalidade do bairro. “No conjunto Liberdade, ali perto do Riacho Doce, tinha barricada para não deixar o carro da polícia entrar e os serviços chegarem, para que o povo fosse refém, para que tivessem que pagar pedágios para a criminalidade, e nós chegamos com a polícia para demonstrar que, naquele dia em diante, nós estaríamos a combater, diuturnamente, o crime para garantir a paz para a população da Terra Firme”, frisou.

Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag.ParáAssinatura - Durante a cerimônia, o governador Helder Barbalho assinou um projeto de lei que será encaminhado à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), para instituir e consolidar o programa Territórios pela Paz, o TerPaz, como política pública no Estado.

Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag.ParáServiços - Na nova Usina, assim como nas demais, os moradores vão poder usufruir dos serviços e atividades a partir desta quarta-feira (07). Para se inscrever, basta ir presencialmente na recepção da Usina, levando originais e cópias de RG, CPF e comprovante de residência. São mais de 70 serviços intersetoriais das secretarias estaduais e órgãos parceiros, como atendimento médico, odontológico e psicológico, consultoria jurídica, emissão de documentos, treinamento de lideranças, atividades esportivas, capacitações e cursos profissionalizantes. Todos os serviços são gratuitos.

Foto: Alex Ribeiro / Ag. Pará“Mais um território sendo beneficiado com esse grande e moderno complexo comunitário. Aqui na Terra Firme temos uma população que anseia por oportunidades. Gente inteligente, criativa que vai poder crescer cada vez mais com os serviços que a Usina da Paz oferece. É o Estado se fazendo sempre mais presente e possibilitando novos horizontes a essa população”, informou o secretário Ricardo Balestreri, titular da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), órgão responsável por coordenar o projeto.

Entrada da Usina da Paz da Terra FirmeEntrada da Usina da Paz da Terra FirmeFoto: Alex Ribeiro / Ag. ParáModernidade - O espaço tem capacidade para receber cerca de 1,5 mil pessoas por dia e conta com dois prédios de atendimento, uma quadra poliesportiva, quadra de areia, espaço multicultural; piscina semiolímpica; playground, salas de audiovisual e inclusão digital. Também há espaços para cursos livres e de dança, música, robótica, artes marciais, musicalização e biblioteca. As instalações são adaptadas para acesso de pessoas com deficiência (PcDs).

Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará“Eu, enquanto moradora do bairro, tenho uma expectativa muito grande pela Usina. A Terra Firme é um bairro periférico e temos muitos jovens ociosos, mas agora eles terão muitos benefícios, como cursos e oficinas. A usina vai ajudar a resgatar as mães jovens, sem falar da cultura", disse Nira Lima, moradora da Terra Firme e educadora popular.

“Nossa comunidade precisa justamente desse tipo de ação. Discutir, planejar e executar. O Governo do Estado está de parabéns por essa iniciativa, nossos jovens estão aqui em busca de mudar de vida, só temos a ganhar. Juntos somos mais fortes”, comentou a moradora Iramita Ribeira.

Foto: Alex Ribeiro / Ag. ParáTrafegabilidade - Ruas que antes eram intrafegáveis no bairro hoje possuem mobilidade, tanto para pessoas, quanto para veículos, resultado da chegada do programa “Asfalto Por Todo Pará” da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), que está permitindo o acesso, em um raio de 1,5 km, dos moradores ao complexo multifuncional do Estado.

Sobre o projeto - As Usinas da Paz (UsiPaz) são complexos multifuncionais do Governo do Pará que buscam a transformação social, redução da violência e mais cidadania. As obras do complexo da Terra Firme foram realizadas em parceria com a empresa de alumínio e energia Hydro e executadas por empresas paraenses, por meio de um termo de cooperação com o Estado. 

Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará“Com mais esta Usina da Paz, desta vez na Terra Firme, firmamos o compromisso da Hydro em apoiar na melhoria da qualidade de vida das comunidades do Pará. Essa iniciativa está alinhada com os valores e com a estratégia de Responsabilidade Social Corporativa da empresa e orientada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Educação, emprego e acesso à cultura são transformadores sociais e a Hydro está comprometida com o objetivo de tornar a sociedade onde opera mais inclusiva e melhor para todos”, ressalta Anderson Baranov, vice-presidente sênior de Relações Externas da Hydro na América do Sul”.

Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag.ParáJá estão em funcionamento a UsiPaz Icuí-Guajará, em Ananindeua, desde outubro do ano passado; a UsiPaz Cabanagem, em Belém, desde janeiro deste ano; a UsiPaz Nova União, em Marituba, desde março deste ano; a UsiPaz Benguí, em Belém, desde março, as UsiPaz Parauapebas e Canaã dos Carajás, no sudeste do Estado, desde maio e junho, respectivamente; e a mais recente, UsiPaz Jurunas/Condor, entregue em outubro, deste ano.

Funcionamento - Com horário de funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h; aos sábados, de 8h às 14h e aos domingos, de 8h às 18h, funcionará de acordo com as demandas da comunidade e das Secretarias e Fundações para a realização de eventos.

A UsiPaz Terra Firme fica localizada na Passagem Belo Horizonte, entre a Avenida Perimetral e Passagem do Arame, ao lado do terreno da Eletronorte.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Professor da Ufopa realiza estudos para desenvolver remédios naturais para combater o AVC Estes seriam os primeiros fitoterápicos neuroprotetores derivados da flora amazônica e que podem combater a doença.

  Por g1 Santarém e região — PA  31/10/2021

 
O professor Dr. Walace Gomes, vinculado ao Instituto de Saúde Coletiva (Isco), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), realiza há mais de dez anos pesquisas para desenvolver um neuroprotetor natural derivado da flora amazônica para combater o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O medicamento deve ser o primeiro do mundo desenvolvido por uma Universidade com esta finalidade. Durante os estudos, o pesquisador já encontrou pelos menos três neuroprotetores, ideais para tratar o AVC. Os neuroprotetores, que podem ser ingeridos ou injetados, diminuem a expansão da lesão no cérebro, contribuindo para a redução das sequelas neurológicas.

Ocorre que não existem neuroprotetores no mercado, para uso em humanos, com exceção dos limitados trombolíticos que dissolvem coágulos sanguíneos mas podem prejudicar o cérebro por causa dos efeitos colaterais que provocam no paciente. Segundo o professor pesquisador os testes clínicos em humanos devem começar a ser realizados em 2022. 

“Após AVC isquêmico experimental em ratos, constatamos que estes neuroprotetores diminuem a lesão e as sequelas neurológicas em ratos adultos. Desenvolvemos a Startup Neuroprotect, que foi selecionada pela Inova Amazônia e Programa Emerge Amazônia, que negocia com empresas farmacêuticas para realização de estudos clínicos em humanos, das ações de um fitoterápico derivado de produtos da flora amazônica”, explica Dr. Walace.

Fatores de risco

AVC é uma das doenças que mais provoca mortes no país, ao lado do câncer, das doenças arteriais e da Covid-19 — Foto: Reprodução/RPC

AVC é uma das doenças que mais provoca mortes no país, ao lado do câncer, das doenças arteriais e da Covid-19 — Foto: Reprodução/RPC

Os fatores de risco para desenvolver um AVC podem ser classificados em modificáveis e não modificáveis. Por exemplo, a idade avançada, ser do sexo masculino e ter história familiar de incidências de AVC, são fatores não modificáveis, ou seja, nada pode ser feito a respeito. O risco de idosos desenvolverem um AVC é maior do que pessoas jovens, apesar destes também serem acometidos; homens têm mais AVCs que mulheres. 

São fatores de risco modificáveis: a pressão alta, fibrilação arterial (coração contrai de forma desordenada), sedentarismo, altos níveis de colesterol no sangue, tabagismo, ser diabético, além de outros fatores.

“Significa que uma mudança nos hábitos pode diminuir o risco de desenvolver um AVC. Assim, uma pessoa com hipertensão deve controlá-la adequadamente. O sedentarismo deve ser substituído por exercícios físicos regulares, como caminhar diariamente 40 min por dia ao ar livre. Esse hábito, além de diminuir o risco de AVC, impacta positivamente na saúde mental. Deve-se evitar o fumo e o uso excessivo de bebidas alcoólicas”, ressalta o pesquisador, ao enfatizar que a alimentação deve ser saudável.

Acidente Vascular Cerebral - AVC

O AVC é um problema em vasos sanguíneos do cérebro, principalmente artérias. Ele pode ser dividido em isquêmico, quando o vaso é obstruído por um trombo - massa estacionária, ou hemorrágico, quando o vaso rompe.

O AVC isquêmico é o mais comum, perfazendo mais de 80% dos casos. Os sintomas de um AVC são súbitos e dependem do local do cérebro que é afetado. No AVC, o sintoma ocorre no lado oposto ao hemisfério cerebral afetado.

Os sintomas podem incluir dor de cabeça, paralisia muscular, dormência, confusão mental, problemas na fala e sintomas mais complexos como esquecer o significado de objetos ou perda da capacidade de realizar atos motores usuais.

O termo AVC refere-se a sintomas que persistem por 24h ou mais. Se um paciente apresenta sintomas que persistem por poucas horas, diz-se que o indivíduo teve um acidente isquêmico transitório (AIT).

As terapias para AVC são limitadas. Pacientes diagnosticados com AVC isquêmico que chegam ao hospital em até 4 a 6h após o surgimento dos sintomas, podem ser tratados com um trombolítico intravenoso que dissolve o trombo e restaura o fluxo sanguíneo. Infelizmente, o trombolítico é pouco usado por ter uma janela terapêutica estreita. A grande maioria dos pacientes chega horas após o episódio ou dias após o início dos sintomas; o uso tardio do medicamento para AVC pode induzir a um evento grave: o rompimento do vaso sanguíneo. 

Após um AVC, se não houver morte, o indivíduo pode desenvolver sequelas parciais ou permanentes após a expansão da lesão inicial e/ou aumento da morte de neurônios. Outra abordagem para o AVC isquêmico, não disponível no nosso município e, mesmo no nosso estado, é a trombectomia, onde o neurocirurgião remove o trombo cirurgicamente nas primeiras horas após o AVC.

Dr. Walace diz que “essa abordagem já foi aprovada em humanos, mas necessita de uma unidade de atendimento ao paciente com AVC altamente equipada e médicos altamente treinados. Essas sequelas motoras e sensoriais podem ser diminuídas com abordagens fisioterápicas adequadas”.

Com o avanço das pesquisas para desenvolvimento de um neuroprotetor natural a partir de produtos retirados da flora amazônica, cresce a expectativa de pessoas que podem evitar a doença.