A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) realizou, nesta quinta-feira (24), uma Sessão Solene em comemoração aos 200 anos do Centro Israelita do Pará - Sinagoga Eshel Abraham – a mais antiga em funcionamento do Brasil. De proposição do deputado estadual Iran Lima, o evento foi realizado no auditório João Batista, às 10h, e contou com a presença de diversos representantes da comunidade judaica paraense.
Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)
A mesa foi composta pelo deputado Iran Lima, líder do governo e que conduziu a sessão; pelo presidente do Centro Israelita do Pará, Isaac Ramiro Bentes; pelo presidente da sinagoga Eshel Abraham, Jayme Soares; pelo rabino Michel Pazuello; pelo presidente da Sinagoga Shaar Hashamaim, Samuel Gabbay; pelo presidente do Centro Israelita do Pará, Marcos Soares; e a membro do Conselho Consultivo do Centro Israelita do Pará, Iana Barcessat Pinto; entre outros.
Deputado Iran LimaFoto: Celso Lobo (AID/Alepa)
O deputado Iran Lima lembrou a importância da contribuição da comunidade judaica para o desenvolvimento econômico do estado do Pará. "A Sessão Solene foi um pedido para a Casa, que aprovou por unanimidade, para marcarmos, registrarmos a presença de 200 anos da comunidade judaica no Pará, com a sinagoga mais antiga em atividade do Brasil. A comunidade é de extrema importância no setor industrial, técnico das secretarias, da Alepa, em todos os segmentos da economia do Pará", afirmou.
O presidente do Centro Israelita, Isaac Ramiro Bentes, classifica como importantíssimo o reconhecimento da Casa de Leis, porque marca a integração da comunidade judaica no estado do Pará, ao mesmo tempo em que os motiva a continuar trabalhando pelo progresso não só comunitário, mas também a nível estadual e nacional.
Isaac Ramiro BentesFoto: Celso Lobo (AID/Alepa)
"O deputado Iran Lima foi muito feliz com seu tirocínio de lembrar as contribuições da comunidade judaica paraense, não só as que já ocorreram como as que ainda podem ocorrer. É uma lembrança, um marco histórico e, quando nos aproximamos agora da realização da COP 30, nós lembramos que grandes empresários judeus se dedicaram ao cultivo e à extração de riquezas com sustentabilidade, como é o caso da castanha-do-pará, como é o caso da palma, como é o caso da pimenta do reino", detalhou.
Isaac ressaltou, ainda, a possibilidade de promover o turismo judaico mundial, já que a comunidade costuma se interessar por lugares em que exista uma presença judaica com registro histórico, como é o caso da comunidade paraense que tem a sinagoga mais antiga do Brasil em funcionamento.
"Duzentos anos é muito tempo sob o ponto de vista histórico, embora sob o prisma da história do povo judeu seja pouco, mas é importante também nós valorizarmos essa importância cultural para atrair turismo e, com a aproximação da COP 30, nós vamos ter atenção do mundo voltada para Belém, e o a contribuição judaica mais uma vez pode se fazer presente nesse sentido, criando um turismo judaico que contribua com a geração de emprego e renda para a cidade de Belém e para o estado do Pará", finalizou o presidente do Centro.
.Iana PintoFoto: Celso Lobo (AID/Alepa)
Iana Barcessat Pinto usou o espaço de fala durante a formação da mesa para falar sobre a importância de se falar sobre os 200 anos da história do povo judeu no Estado, e do papel da mulher dentro do trabalho da comunidade.
"É você ver sua história valorizada, é você ver que você faz parte deste estado maior, que você contribuiu para o engrandecimento dele, e que nós tivemos os nossos antepassados, tivemos uma história rica. Que nós conseguimos manter isso ao longo desses 200 anos e continuamos com uma comunidade. Sempre foram as mulheres que se organizaram dentro da comunidade, muito antes desse empoderamento, desse direito da mulher ao trabalho, nós sempre tivemos organizações femininas de assistência, de manutenção, de trabalho. E é a mulher que leva a continuidade da história judaica e que dá a origem judaica ao ser humano", concluiu Iana.
Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)
Esnoga Eshel Abraham - A Esnoga Eshel Abraham (Arvoredo de Abraham) foi fundada em 1823, pelo Sr. Abraham Acris Z"L. No ano de 1925, o Sr. Salomão Marques Z"L, então presidente da Esnoga, organizou a aquisição de um palacete situado na Travessa Campos Sales, que pertencia à família Nahon e estava à venda.
Uma curiosidade da época: durante as rezas, todos os frequentadores da Esnoga usavam paletó e gravata; e os dirigentes fraques e cartolas. Em 1948, o Sr. Moises Salomão Levy Z"L, então Presidente, convidou o Engenheiro Civil Judah Eliezer Levy Z"L para participar da comissão de construção do atual Templo e assumir a responsabilidade pelo projeto. A construção demorou 2 (dois) anos e a inauguração ocorreu no dia 05 de Setembro de 1950.
Nas últimas décadas, a Esnoga passou por uma grande reforma e modernização. O templo e salão foram totalmente refrigerados, houve a troca dos pisos e foram construídos de 3 Mikvaot ("piscina" para banho de purificação).
Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)
A Esnoga funciona diariamente com minian (quórum necessário para recitar algumas orações) nas três tefilot (rezas), sendo a Sinagoga mais antiga em funcionamento no Brasil. O espaço oferece uma panificadora e doceria kosher, sob supervisão do Rabino Pazuello.
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